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Trigramas e Cinco Irmãs

Depois de 19 anos, eu e minhas quatro irmãs nos encontramos na casa de nossa mãe. Somos em quatro filhas por parte de mãe e uma filha do segundo casamento do meu pai. Estávamos todas reunidas em uma visita que duraram três dias e meio. Apesar de sermos adultas e ‘maduras’, continuamos sendo uma família barulhenta e sem pudor! Nos divertimos muito, conversamos e claro, tivemos pequenas discussões...tudo dentro do normal. Agora vamos olhar esta reunião pela perspectiva de Metafísica Chinesa, mais especificamente pelos Ming Guas e Trigramas.

Trigramas é um grupo de três linhas e cada linha é, ou yang (linha completa) ou yin (linha dividida em duas partes): a linha mais baixo é considerada como a primeira linha, a segunda linha é a linha do meio e a terceira linha é a linha de cima. Cada linha pode representar terra, homem e céu. Porém, dependendo do uso do trigrama, as linhas 1 e 2 são invertidas (homem, terra, céu). Aqui usamos a primeira linha como terra, a segunda linha representa ‘homem’ e a terceira linha, o céu.

céu __ __ linha 3

homem ______ linha 2

terra __ __ linha 1

Lembre-se de que, são oito trigramas que dependem do arranjo que representa o céu anterior ou o céu posterior. (abaixo é o arranjo céu posterior dos trigramas).

E cada trigrama tem relacionamento familiar com um dos cinco elementos:

Em Ba Zi, os trigramas podem ser usados como uma técnica adicional no desenvolvimento e análise da estrutura Ba Zi, em relação aos Ming Guas anual e mensal (entre outros ming guas) de cada pessoa. Essa técnica oferece uma base de começo e leitura rápida. O número do ming gua anual é relacionado ao trigrama do céu posterior e esse trigrama por sua vez, representa a essência da pessoa, ou seja, quem a pessoa é quando nasce e antes das mudanças sociais. O segundo trigrama é baseado no ming gua mensal e representa a máscara social da pessoa.

Então, por que estou usando a técnica de trigramas para analisar essa reunião feliz?

Porque depois de tantos anos, gostaria de ter outra perspectiva dos motivos pelos quais continuamos com algumas atitudes de quando erámos crianças na nossa fase adulta. E de fato, pude encontrar algo novo...

Vamos dar uma olhada nesses trigramas para cada irmã:

E aqui, algumas características dos trigramas envolvidos.

Normalmente, quando fazemos uma análise, os trigramas da máscara social tem tanto peso em nossas atitudes e ações quanto o trigrama de quem somos quando estamos sozinhos. No entanto, foi aqui que me ocorreu aquele ‘algo novo’: nesta reunião, as máscaras sociais foram descartadas. Como somos família, conhecemos a fundo os hábitos uns dos outros e suas verdadeiras naturezas. A única que não demonstrou muito foi a quinta irmã, ela permaneceu com a máscara social em geral: quieta, receptiva, mas de vez em quando o seu ‘Qian’ aparecia.

Irmã I - A mais velha – mas quando era bem mais nova, muitas vezes foi colocada na posição da responsável e por isso se tornou mandona. Por possuir uma ‘natureza’ de pessoa indecisa, as irmãs sempre dizem o que ela deve fazer. Em outras palavras, ela mostrou atitudes mais fortes de líder em sua vida e máscara social (escola, cuidar das irmãs), mas por outro lado, tentou agradar tudo mundo e fazer o “certo”, resultando em uma personalidade indecisa. Atualmente e na presença das irmãs - Kun domina – ela se sente mais confortável deixando as outras pessoas tomarem as decisões.

Irmã II - Zhen e Zhen: Quando criança, ela ficava quieta na superfície, mas sempre houve algo fervendo abaixo daquela superfície. Foi muito rebelde durante sua adolescência. Agora a rebeldia diminuiu, mas continua sendo explosiva no sentido de falar alto, falar o que pensa e rir muito. Outra ‘qualidade’ Zhen é que ela tem problemas com os pés e ansiedade. Continua tendo dificuldades em se expressar, em falar o que realmente está se passando dentro dela.

Irmã III - O ming gua dela é 5 e na sua juventude, era sensível. Talvez isso resultou no 5 em desenvolvimento. Hoje, sem dúvida, esta irmã com ming gua 5 é terra, ambos Kun e Gen. Fortemente Kun, ela ajuda os filhos e netos, organiza as reuniões familiares de cada ano, é o primeiro contato em questões sobre a família e também mantém o contato com a família por parte da mãe e do pai. É ela quem reúne todas as irmãs em qualquer atividade. Do lado Gen, é ela quem cuida dos documentos familiares, por exemplo, ela é a executora dos bens da nossa mãe. É a pessoa com os pés no chão. Foi a realizadora desde encontro, contatou-nos a respeito, fez os planos e cronogramas para os três dias e meio, contratou fotógrafo, enfim, tornou esse encontro possível para todas nós.

Irmã IV – Na infância foi a protegida das irmãs. É uma pessoa criativa e inteligente, mas como a mais nova, ela sente que precisa provar algo e gosta de dar ordens. As irmãs reclamam sobre ela se achar a dona da verdade, isso é um sinal que o Qian não é tão saudável.

Irmã V - Na visita foi óbvio que ela estava menos confortável e agiu dentro da máscara social de Kun. Ela não conhece as quatro irmãs mais velhas muito bem. Porém ela tem um grande desejo de conhecê-las e fazer parte do grupo. Ela ficou na máscara social e pareceu receptível. Houve momentos em que o trigrama Qian apareceu, mas com cautela.

Com duas irmãs de trigramas iguais, (irmã IV e irmã V), foi possível observar uma com o Qian mais autoritário e outra com o Qian mais equilibrado. É interessante que essas mesmas irmãs também têm os mesmos problemas de saúde e as mesmas atitudes sobre a vida.

Nesses três dias e meio, fizemos muitas coisas juntas – fizemos compras, conversamos, jogamos cartas, etc. As irmãs I e III trataram de manter tudo organizado e limpo, ajudaram a cozinhar e saíram para fazer compras quando necessário. Irmã II e irmã IV estavam bem unidas, fizeram outras atividades separadas do grupo. E a irmã V flutuou entre todas. Os trigramas dos ming guas anuais e mensais estavam presentes, mas temperados com tempo e experiência.

Depois de analisar as características dos trigramas, podemos usar as informações para aplicar ou mudar algumas atitudes ou entre pessoas ou individualmente sobre as situações ou eventos. É uma técnica útil dentro da metafísica chinesa.


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